Textos

Rampage

Decidiu, assim, da noite pro dia, se tornar o anti-cristo. O destruidor. Acordou de péssimo humor, levantou-se e foi até a cozinha. Pegou uma tremenda faca que seus pais guardavam numa das gavetinhas organizadas e arrancou violentamente as tripas da negra que trabalhava na louça da casa. Rasgou de cima abaixo, espalhando sangue na louça, no chão e até no teto. Os gritos foram ouvidos pelas pessoas na rua, que não se importaram. Com certeza, um filme. Até que o viram sair da casa todo ensanguentado, acompanhado de seu cachorro, que parecia tão insano e violento quanto ele. O cão tinha entrado no clima, e violentamente trouxe abaixo um transeunte atônito. Ele aproveitou e enfiou a faca nesse também. Na cara. O som de ossos se partindo sob a forte lâmina era marcante. Sangue jorrou, e o cachorro passou a lamber todo aquele sangue. Ele teve uma ereção. Aquilo o estimulava fisicamente. As pessoas começaram a correr desesperadamente, e o cachorro atacou uma senhora, enquanto o cara correu até uma criancinha que fugia desesperada e enfiou-lhe a faca nas costas. Era o pandemônio. Alguns tentaram reagir e imobilizar o rapaz, que não era nada forte. Mas ele era rápido e letal, e seu cachorro estava no clima, dilacerando carne humana com prazer. Chamaram a polícia. 9 minutos e 12 corpos depois, chegou uma viatura naquela movimentada esquina. O policial saiu do carro e, atônito com a cena, apontou a arma na direção do rapaz e gritou para que ele se rendesse. O cachorro arrancou-lhe o saco com uma violenta mordida. A arma caiu, disparou e acertou um inocente curioso que observava tudo do segundo andar de seu prédio. Caiu e espatifou-se no chão. O cara largou a faca e pegou a pistola, e algumas balas no carro. Disparou contra vitrines, pessoas que fugiam, para cima. A esquina prontamente esvaziou. O cachorro uivava loucamente. Ele entrou no carro, o cachorro o seguiu, um fiel e infernal companheiro. Acelerou como nunca na vida e procurou por pessoas para atropelar. Não foi difícil. A cidade grande tem essas vantagens. Passou por cima de idosos, grávidas e deficientes. Deu ré quando atropelou uma velha sem braço acompanhada de um negro deficiente. Passou por cima deles umas 3 vezes. A polícia o perseguia, mas isso não o impedia de continuar atropelando pessoas. Vez ou outra, sacava a arma e atirava em quem pudesse. Quando avistou uma barreira de carros da polícia, não teve dúvidas. Acelerou tanto quanto podia, batendo violentamente contra a barreira de carros, causando um terrivel acidente. Os policiais dentro dos carros se deformaram. Os de fora foram jogados longe com o impacto. Ele e o cachorro, atirados através do vidro, com violência, tinham pouco tempo de vida pela frente. Caindo, ainda deu um par de disparos, e o cachorro ainda sentia o gosto de sangue e uivava de prazer. Morreram felizes. Os melhores 43 minutos da vida de ambos.

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